sexta-feira, 9 de março de 2012

Windows 8 Uma troca é indispensável? Windows 7—suporte oficial até 2020.




O lançamento de um novo sistema operacional, especialmente quando ele é produzido pela Microsoft, sempre traz uma grande dose de polêmica. Afinal, a sensação que fica é a de que o ambiente a que estamos acostumados está desatualizado e nunca mais vai receber novidades realmente interessantes.

Hoje em dia, quem usa o Windows passa por um desses momentos. O lançamento oficial do Windows 8 Consumer Preview inicia a contagem regressiva para o fim da versão 7 da plataforma — sensação que nem a afirmação de que o antigo produto vai contar com suporte oficial até 2020 ajuda a eliminar.

Mas, afinal, vale a pena aceitar desde já que a mudança é inevitável e abraçar de vez a novidade ou uma decisão do tipo ainda não é recomendada? Passei um tempo com a versão de testes do Windows 8 e, neste artigo, apresento os motivos que devem ser considerados antes de migrar para a nova plataforma.

Mudança de paradigma.

Por mais que a ideia seja estranha, uma pessoa acostumada ao Windows 7 que fosse forçada a usar a versão 95 não teria muitos problemas em se adaptar ao sistema operacional. Mesmo que certas opções funcionassem de forma diferente e alguns recursos nem sequer existissem, o fato de ambos os produtos compartilharem a mesma estrutura básica não tornaria muito complicado o processo de adaptação.

A mesma situação não acontece quando se compara qualquer produto da Microsoft com o Windows 8. A interface Metro representa uma mudança radical de direção, deixando de lado muitos elementos consagrados, como as barra de título, janelas com tamanho configurável e até mesmo o tradicional botão Iniciar.

A estranheza inicial ao software é inevitável, mesmo para quem domina as funções consideradas complexas de todos os produtos já lançados pela companhia. Não precisar fechar nenhum aplicativo e depender das bordas da tela para trocar entre tarefas exige certa adaptação, especialmente de quem está acostumado a usar a combinação mouse e teclado.

Um sistema dentro do outro.

Algo que fica claro no Windows 8 é que a Microsoft estava ciente de que o novo produto ia provocar choque entre os consumidores. Até por isso, a empresa garantiu que todo o Windows 7 estava dentro do SO, com direito a algumas melhorias de interface e aprimoramento de funcionalidades.

Essa situação não é exatamente nova, já que a empresa faz exatamente a mesma coisa desde que o sucessor de seu primeiro sistema operacional chegou ao mercado. Como cada novo software é construído tomando como base o que foi feito antes, a retrocompatibilidade de dispositivos e aplicativos é garantida — situação que ajuda muitos consumidores a decidir por uma atualização.

O problema que fica claro com a versão Consumer Preview é que há muita disparidade entre o novo método de usar o Windows e o antigo. A interface Metro é muito diferente da anterior, e há certa sensação de desconforto quando uma mudança de ambiente é necessária.

Especialmente quando se usa o sistema operacional em um PC convencional, mudar entre o visual reformulado e o antigo desktop não só é uma tarefa estranha que se torna ainda pior por ser extremamente necessária. O fato de que os elementos antigos não se encaixam da maneira mais adequada no ambiente atualizado só deixa ainda mais forte a impressão de que o SO antigo simplesmente foi “encaixado” dentro do novo para evitar reclamações.

Foco nos tablets.


O principal problema do Windows 8, especialmente para quem usa um computador convencional, é seu foco em sistemas baseados no toque. Embora a plataforma se adapte sem problemas a um tablet, o produto não atinge todo o seu potencial quando é preciso usar mouse e teclado, mesmo com os ajustes feitos pela Microsoft.

Esse é o principal obstáculo que a empresa terá de superar para não ter um novo Windows Vista nas mãos. Usar a interface Metro através dos meios de interação convencionais não é exatamente um sofrimento, mas fica claro que essa não é a forma ideal de navegar pelo ambiente.

Embora a tendência seja que a maioria dos dispositivos do futuro se torne compatível com a tecnologia touchscreen, isso ainda está longe de se tornar uma regra. Isso faz com que a companhia corra um sério risco, especialmente caso sua empreitada no mundo dos tablets não seja forte o bastante para afetar o reinado da Apple e seu iPad.

Uma troca é indispensável?


Devido aos motivos apresentados, é fácil chegar à conclusão de que, embora o Windows 8 seja um sistema competente, um upgrade está longe de ser necessário. Particularmente para quem usa desktops, o sistema operacional sofre de certa “esquizofrenia” causada pela separação entre interface Metro e a função Desktop.

A não ser que a Microsoft realize alterações substanciais na forma como essa mudança constante entre ambientes é realizada, dificilmente o produto conquistará nos computadores tradicionais o mesmo sucesso obtido pelo Windows 7. Nos tablets e dispositivos portáteis, a história parece que vai ser diferente — porém, não se pode subestimar o grande desafio que a Apple vai representar no segmento.

A melhor forma de decidir se a troca vale a pena ou não é instalar a versão Consumer Preview, de preferência em dual boot, e testar por si próprio a novidade. Ou esperar pelo lançamento final e conferir se a Microsoft preparou alguma grande surpresa capaz de tornar mais fácil o trabalho de quem ainda depende da combinação mouse e teclado.



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