terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

REAÇÃO DA AMNESTY INTERNATIONAL À INVESTIGAÇÃO DE ISRAEL.
















Em resposta à investigação de Israel publicada hoje (23 de janeiro), segundo a qual a Marinha israelense atual legalmente durante a abordagem a um frota de ajuda que tentava romper, em maio de 2010, o bloqueio por mar a Gaza, o diretor do Programa Regional para o Oriente Médio e Norte da África, Malcom Smart, declarou:

“Ainda não pudemos estudar a investigação em detalhes, mas parece que se trata de um acobertamento das forças israelenses, que ficam isentas apesar de sua ação ter resultado na morte de nove pessoas”.

“A credibilidade da investigação do juiz Turkel foi questionada desde o início. Infelizmente, agora parece claro que nossas dúvidas sobre a independência da investigação ficaram demonstradas.”

“Este resultado não terá outra consequência a não ser reforçar p temor de muitas pessoas: o de que, atualmente, Israel não tem nem a capacidade nem a disposição necessárias para fazer justiça e responder aos abusos contra o direito internacional e às violações de direitos humanos cometidas por suas forças.”

/FIM
Amnesty International
23 de janeiro de 2011


Um inquérito israelense absolveu neste domingo o governo de delito na sangrenta apreensão de um navio de ajuda humanitária turco que tentava furar um bloqueio à Faixa de Gaza, dizendo que os passageiros foram os responsáveis pela violência.

A Comissão Turkel, cujo relatório formará o núcleo da defesa de Israel em uma investigação da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o incidente, ocorrido em 31 de maio, endossou o fechamento do mar, mas pediu revisões de Israel sobre como impor sanções aos líderes do Hamas, em Gaza, e poupar os civis da região.

A Turquia, que teve nove cidadãos mortos por israelenses em combates ocorridos dentro do navio Mavi Marmara, disse estar "horrorizada e consternada" sobre os resultados do inquérito.

O Ministério do Exterior turco afirmou que um relatório de uma comissão própria da Turquia, submetido ao inquérito da ONU em setembro, revelou que o bloqueio marítimo de Israel e o "ataque contra o comboio de ajuda humanitária" violaram leis internacionais.

"Nossa comissão está surpresa, horrorizada e consternada de que o processo de inquérito nacional em Israel tenha resultado na exoneração das forças armadas israelenses", disse o ministério em comunicado.

"O ataque de Israel contra o comboio humanitário, que violou tanto leis de tempos de guerra quanto leis de tempos de paz, também passa por cima de todos os princípios e normas internacionais com a maneira que foi conduzido."

O relatório turco também afirmou que "o chamado 'bloqueio marítimo' de Israel contra a Faixa de Gaza não tem base legal".

A israelense Comissão Turkel, por sua vez, disse que o bloqueio a Gaza era justificado devido à ameaça de fornecimento de armas ao Hamas e aos esforços de Israel para manter suprimentos humanitários a palestinos comuns na região.

"Mesmo que o bloqueio naval... tivesse sido considerado fora das exigências das leis internacionais, indivíduos ou grupos não têm o direito de tomar a lei em suas próprias mãos e quebrar o bloqueio", informou o relatório, que tem 245 páginas, referindo-se a ativistas pró-Palestina que estavam na flotilha.

Os laços entre a Turquia e o Estado judaico, que já foram fortes, afundaram desde o incidente, e Ancara exigiu desculpas formais e indenização para os mortos e feridos. Israel se negou a atender as exigências.

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