quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Boicote, Netanyahu diz que é imoral.




















Boicotes têm uma história admirável de instrumento político não violento. No século 18, cristãos britânicos recusaram-se a comprar açúcar produzido por escravos.

Os negros passaram a caminhar em vez de se sentar no fundo dos ônibus, no sul dos EUA. O desinvestimento ajudou a derrubar o apartheid.

Segundo Omar Barghouti, que ajudou a criar o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), em 2005, os ativistas têm todo o direito de escolher suas causas e para onde direcionar sua energia.

"Netanyahu pode dizer o que quiser, mas imoral? 

Resistir à sua política imoral jamais pode ser imoral.

 A questão fundamental é: você está boicotando um grupo de pessoas com base na sua identidade ou um ato, uma companhia, um negócio, do qual discorda?"

"Temos três razões", disse ele, citando os objetivos do movimento: pôr fim à ocupação; assegurar a igualdade a cidadãos palestinos de Israel e promover o direito de retorno dos refugiados palestinos.
 

"Se eliminarmos as três razões, não haverá boicote."

Muitos líderes israelenses não concordam com isso.

 Um acordo de paz propiciaria uma suspensão apenas temporária da campanha de isolamento, particularmente por parte daqueles que acham que deve existir um Estado único binacional entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão.

Em parte essa é a razão pela qual Netanyahu e outros partidários insistem que o reconhecimento de Israel como Estado judeu deve estar inserido em qualquer acordo com os palestinos.

Com os supermercados europeus rotulando os produtos israelenses fabricados na Cisjordânia e os fundos de pensão europeus deixando de trabalhar com bancos que fazem negócios nos assentamentos,   alguns israelenses acham que a resposta adequada - e mesmo moral - é combater o fogo com fogo.

Jodi Rudoren - The New York Times







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