A oposição do Corinthians esta desesperada .


O ambiente político  do Corinthians tem ficado mais tumultuado à medida que se aproxima a eleição para escolher o novo presidente do clube. O atual  presidente , Andrés Sanchez, faz manobras para aprovar mudanças no estatuto, mas sofre com ameaças da oposição, que quer levar a briga à Justiça.
Sanchez convocou uma reunião extraordinária com o Conselho Deliberativo para quinta-feira (17), para tentar emplacar a mudança no sistema de escolha dos 200 novos conselheiros, que serão eleitos em fevereiro. A decisão desagradou aos demais candidatos da oposição.

O  presidente do Conselho, Carlos Senger, afirmou que a convocação de Andrés é ilegal e promete barrá-la, se preciso, indo à Justiça.
- Há dois caminhos para impedir esta reunião. Ou eu e meus aliados partimos para a briga para melar a reunião ou entramos na Justiça. Eu prefiro entrar na Justiça
De acordo com Senger, só o presidente do Conselho poderia fazer a convocação. Ele acusou Andrés de “ditador” e o chamou de “volúvel”, por tentar impor as vontades do seu grupo antes das eleições.

Senger não disse se é contra ou a favor das mudanças, mas afirmou que, em conversa com Andrés, havia acertado que analisaria as mudanças. O presidente do Conselho acredita que o mandatário atropelou o processo para tentar a aprovação às pressas, antes da eleição.

- O Andrés me procurou num café e me disse: Senger, precisamos alterar o estatuto do clube, mas não temos muito tempo. Disse a ele que iria estudar, mas que as coisas não são assim, como você quer. Dois dias depois fui surpreendido pela convocação que ele fez.

A briga entre Andrés Sanchez e o Conselho Deliberativo do Corinthians não se resume às mudanças no estatuto. O contrato do estádio que será construído em Itaquera ainda não foi apresentado, e os dirigentes não sabem exatamente de onde vai sair o dinheiro para pagar a construção.

- Quero saber quem vai pagar essa conta [do estádio]? No dia em que assinei o contrato [1º de setembro], falei para o presidente e disse: 'Andrés, estou assinando confiando em você, assinei só a última das 56 páginas’. Depois, começou essa guerra toda.

Um dos pré-candidatos, o diretor administrativo André Luiz Oliveira afirma que os rivais querem voltar ao passado e que, se for o caso, a situação aceita voto no papel, porque "quem vai vencer não precisa ficar escolhendo". Para a oposição, a tecnologia permite fraudes --cita o WikiLeaks e os vazamentos de informações em ministérios e do Enem.

Oposição  não quer eleição com urna eletrônica.

O principal ponto de discórdia entre situação e oposição do Corinthians é a forma como acontecerá a próxima eleição presidencial do clube, prevista para acontecer no final deste ano. A dúvida é se a votação ocorrerá por meio de urnas eletrônicas, defendidas pelos situacionistas, ou com cédulas de papel, favoritas da oposição.

O Corinthians tem hoje cinco pré-candidatos à presidência. Além de Oliveira, o diretor de futebol Roberto Andrade confirma que também vai concorrer pela situação, que já tinha Mario Gobbi como nome confirmado. Paulo Garcia e Osmar Stábile, candidatos de oposição, reclamam do número alto alegando se tratar de uma manobra da situação para ter a vantagem numérica para definir as regras das eleições.

A oposição do Corinthians, representada pelos pré-candidatos Paulo Garcia e Osmar Stábile, partiram para o ataque. Cansados de esperar que a atual diretoria do Timão apresente a lista de associados com direito a voto nas eleições de fevereiro para que possam trabalhar, resolveram denunciar:

"Não apresentam a lista porque estão "criando" sócios com direito a voto, quando na verdade eles não podem votar", dizem os apoiadores mais revoltados das duas pré-candidaturas. E acrescentam:

O Estatuto do clube é claro: só podem votar sócios há mais de 5 anos e com as mensalidades em dia. Acusação dos oposicionistas: a atual diretoria estaria mudando o número de matrículas de sócios enxertados nos últimos dois anos por matrículas mais velhas, de sócios inativos. Assim, de maneira totalmente irregular, eles ganhariam direito de voto.

"É uma vergonha, um escândalo", clamam os mais inconformados.
Além disso, o Estatuto proibe qualquer tipo de anistia faltando menos de doze meses para as eleições. A atual diretoria estaria chamando sócios com atraso nas mensalidades e lhes oferecendo a chance de colocar em dia sua situação, qualquer que seja o tempo e os valores de inadimplência dos mesmos, com o pagamento de apenas mil reais. Outra irregularidade.

"E isso quando há pagamento destes mil reais pelos sócios. Recebemos denúncias de que estão quitando recibos, sem pagamento algum ao clube", continuam a reclamar apoiadores dos candidatos.
São dois os dirigentes mais visados pelos oposicionistas: André de Oliveira, diretor administrativo e o vice-presidente Jurídico, Sérgio Alvarenga, que os oposicionistas acusam de a toda hora "querer interpretar o estatuto a seu favor".

Até mesmo Paulo Garcia, um candidato considerado até pelos seus adversários políticos como bem educado e tranquilo, perdeu a paciência com André Oliveira esta semana. Foi ao Parque São Jorge, falou alto e disse poucas e boas ao diretor administrativo, que sempre tão falante, desta vez ouviu tudo em silêncio. Em seguida, passou a ligar para amigos de Garcia, pedindo que os mesmos o acalmassem.

No dia seguinte, foi a vez de Andrés Sanchez. Em conversa telefônica, Garcia usou de palavras duras com o presidente. E não escondeu estar decepcionado pela maneira como Andrés se porta: promete a lista de associados, diz que vai coibir irregularidades, mas permite que elas aconteçam sob o seu nariz.

"É o maior dissimulado que já apareceu em 100 anos no Corinthians. Faz um discurso de moralidade, mas está fazendo a administração menos transparente da história do clube", concluem oposicionistas que falam com a imprensa, praticamente, em coro.

"Ou a lista correta sai por bem ou por ordem judicial. Desta vez, não seremos prejudicados nas eleições por medidas suspeitas".
Apoiadores de Garcia garantem que ele tem todo o controle digital das matrículas de sócios, novas e antigas num CPD (Centro de Processamento de Dados) de última geração. Seus colaboradores acompanham tudo o que está acontecendo. E que pode apresentar provas na Justiça, caso as matrículas sejam, de fato, trocadas, para dar condição de votos a quem não tem.

A oposição do Corinthians comprou espaço no Jornal da Tarde para criticar a gestão Andrés Sanchez. O texto assinado por vários conselheiros diz que o clube corre risco de quebrar quando tiver que quitar os empréstimos feitos para a construção do estádio, que de R$ 350 milhões do orçamento inicial, pulou para R$ 1 bilhão.

Revoltados porque teriam sido chamados por Andrés de “câncer do Corinthians”, integrantes do Conselho Deliberativo compararam o presidente do clube com o humorista Rafinha Bastos, humorista afastado do CQC.
“Entre outros impropérios, Andrés Sanchez taxou em evento, frente câmeras e microfones de uma emissora de TV, que o Conselho Deliberativo do Clube que dirige de ‘Câncer do Corinthians’. Deslumbrado, é possível que queira concorrer com o humorista Rafinha Bastos no quesito grosseria”, destacou o editorial da oposição.

A ala opositora questiona o acordo feito por Andrés com a Odebrecht e BNDES para erguer o estádio. Os dados relativos a gastos e empréstimos não foram repassados ao Conselho, acusa a oposição.
Chamado no texto de “inculto”, “tosco” e “patético”, Andrés também é acusado de vender as categorias de base do Corinthians a amigos.

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